sexta-feira, 8 de março de 2013

As mulheres continuam lutando




Mais um Dia Internacional da Mulher, e novidades no mundo aparecem a respeito das mulheres. Novidades boas e nada boas. Parece que as conquistas alcançadas foram rapidamente superadas e agora são outras que necessitam serem atingidas. Estas como o preconceito, já que as mulheres são reconhecidas por suas posições somente em uma parte do planeta. A luta por reconhecimento continua, por mais que as mulheres já tenham comprovado o quão hábil são em suas tarefas. A luta pelos simples direitos de se expressarem continua, a luta pelo respeito continua.

A estudante paquistanesa de 14 anos, Malala Yousufzai, baleada pelo Talibã desafiou ameaças contra ela durante anos, acreditando que o trabalho que fazia pela comunidade era a melhor proteção. Malala ficou famosa aos 11 anos, quando escreveu um blog sob um nome falso para a BBC sobre como era viver sob o governo do Talibã paquistanês. Os militantes, liderados por um jovem pregador radical do Talibã, tomaram o vale por meio de uma mistura de violência, intimidação e com o fracasso das autoridades em fazer frente. Mesmo depois que os militares finalmente agiram, com uma ofensiva em 2009 que expulsou a maioria dos militantes do vale, o local permaneceu sendo perigoso. Malala não se calou. Ela fez campanha pela educação de meninas e depois recebeu a mais alta condecoração civil do Paquistão. A proeminência dela teve um custo.

A estudante catarinense Isadora Faber, aluna da 8ª série da Escola de Educação Básica Maria Tomázia Coelho, localizada no bairro Santinho, região norte de Florianópolis, ganhou destaque na mídia brasileira em meados de 2012, quando criou a página “Diário de Classe” no Facebook para relatar os problemas de seu colégio. Desde então, Isadora tem recebido apoio de diversas entidades e personalidades pela iniciativa, mas também tem sofrido críticas e ameças, inclusive de morte. No final do ano passado a casa de Isadora foi atingida por uma pedra, que acabou ferindo sua avó, de 65 anos. E no dia 22 de fevereiro deste ano, a menina entrou na lista de 25 brasileiros que devem ser acompanhados de perto. Lista feita pelo jornal britânico Financial Times, um dos principais veículos de comunicação do mundo dedicado, principalmente, aos negócios.

Nirbhaya, a estudante de 23 anos que foi estuprada por seis homens em um ônibus de Nova Déli em dezembro, é um retrato da falta de segurança das mulheres na Índia. A cada 20 minutos, uma mulher é estuprada no país. Muitas são vítimas dos chamados estupros de gangue, em que vários homens atacam ao mesmo tempo. As mulheres em Déli, considerada a capital do estupro, não andam sozinhas depois que escurece. É muito comum serem apalpadas nos ônibus e metrôs."Meus pais não me deixam sair sozinha depois que escurece, e ando sempre com spray de pimenta e estilete para me defender", diz a estudante Tanya Gupta, 18. Madhu Mehra, diretora executiva da ONG Partners for Law in Development, luta para que a Índia adote uma política de "tolerância zero" para crimes contra mulheres. Hoje, a pena mínima para estupro é de sete anos, mas pode ser reduzida pelo juiz.

Maria da Penha Maia Fernandes (Fortaleza, Ceará, 1945) é uma biofarmacêutica brasileira que lutou para que seu agressor viesse a ser condenado. Com 67 anos e três filhas, hoje ela é líder de movimentos de defesa dos direitos das mulheres, vítima emblemática da violência doméstica. Em 7 de agosto de 2006, foi sancionada pelo então presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, a Lei Maria da Penha, na qual há aumento no rigor das punições às agressões contra a mulher, quando ocorridas no ambiente doméstico ou familiar.

A diferença entre os salários pagos a homens e mulheres cresceu em 2010, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2009, os salários dos homens eram 24,1% acima do das mulheres. No ano seguinte, essa diferença alcançou 25%. Em 2010, segundo o IBGE, as mulheres receberam, em média, 2,8 salários mínimos, enquanto a remuneração dos homens foi de 3,5 salários. No mesmo ano, 57,9% do pessoal assalariado ocupado eram homens, enquanto as mulheres representavam 42,1% do total.

Apesar das muitas lutas passadas pelas mulheres, muitas outras barreiras parecem surgir a cada momento. Se antes as mulheres não podiam trabalhar, agora precisam lutar por igualdade de salários. Se antes, e ainda, as mulheres eram agredidas, agora precisam lutar para que a lei se cumpra. Se antes as mulheres eram vistas como objetos, infelizmente ainda assim são em muitos países. Se antes as meninas eram desprezadas, agora lutam pelo direito de ter voz ativa. Oremos por todas as lutas que ainda virão.
“Pois, assim como a mulher proveio do homem, também o homem nasce da mulher. Mas tudo provém de Deus” (I Coríntios 11.12).

Nenhum comentário: