domingo, 16 de agosto de 2009

As epidemias de cada dia



Você já viu o filme Ensaio sobre a cegueira? Eu vi e diversos tipos de pensamentos me vieram à mente, mas não tive como não pensar no clichê “A ficção reflete a realidade”. Para quem não conhece a história, o filme relata um momento qualquer em que a humanidade é surpreendida por uma epidemia de cegueira, onde todos ficam cegos, menos uma mulher. No decorrer do filme são relatados diversos sentimentos humanos, além de boas e más condutas dentro de uma sociedade que perde muito mais do que a visão.

Não tive como evitar e associar o filme ao momento em que estamos vivendo e chego a pensar... Será que a Gripe Suína é uma epidemia mesmo? Até onde essa doença prejudicará mais do que a saúde física da sociedade? Talvez ninguém no Brasil ou mesmo fora do país consiga responder essas questões com alguma certeza, mas algo fica claro em meus pensamentos: O medo não está em todas as partes!

Sim... todos estão com medo da gripe suína, mas não em todos os lugares. Hoje escolas estão fechadas, mas os shoppings não; máscaras são usadas nos hospitais e aeroportos, mas não nos consultórios dentários e ônibus. Que existe uma preocupação isso é claro, mas até onde essa preocupação é coerente? E devemos nos preocupar mais com a gripe suína do que com as outras doenças que matam muito mais?

Recebi um vídeo feito na Argentina que me deixou muito mais preocupada com isso tudo. O vídeo trás dados sobre a trajetória da gripe e as informações noticiadas nos meios de comunicação, além de mostrar acontecimentos que nos levam a pensar que esta gripe não é, pelo menos no momento, a doença que mais devemos temer. Por exemplo, o vídeo relata que a gripe comum mata 500.000 pessoas por ano em todo o mundo.

Ainda afirma que, segundo a Organização Mundial de Saúde, até o dia 30 de junho de 2009 a gripe suína matou 382 pessoas em todo o mundo, enquanto a cada ano morrem cerca de 2 milhões de pessoas em todo o mundo por causa da malária. É claro que ninguém precisa ver este vídeo acreditando como realidade absoluta, ainda mais porque fere meios políticos, o que nos leva a pensar também que essas informações são apenas para desprestigiar o governo americano.

Com tudo isso percebo que existe muito mais do que a epidemia da gripe suína, mas diversas epidemias de pensamentos deturpados. O medo nos ajuda a prevenirmos contra as doenças, mas creio ser necessário também ter medo da epidemia de atitudes erradas. E me vejo obrigada a falar novamente sobre o filme Ensaio sobre a cegueira e reproduzir um pedaço da sua sinopse onde relata que o filme “É uma investigação corajosa da natureza, tanto a boa como a má - sentimentos humanos como egoísmo, oportunismo e indiferença, mas também a capacidade de nos compadecermos, de amarmos e de perseverarmos.”

Segundo o dicionário, epidemia é uma doença que, numa localidade ou região, ataca simultaneamente muitas pessoas. E ainda, seu significado figurativo é: coisa mais ou menos molesta ou criticável que é adotada por muitos. Por tanto, não vamos deixar que nossa sociedade entre numa epidemia de atitudes negativas.


sábado, 15 de agosto de 2009

Pai é assim...



Sei que o dia dos pais já passou, mas nunca é tarde para falar do quanto a figura de um bom pai nos faz bem.

A minha conquista é a conquista dele,
Meus sonhos são planos dele,
Minhas decepções são feridas para ele,
Minha ousadia é loucura para ele,
Meus dias felizes são vitórias para ele.

Quem poderá me defender se não ele?
Quem poderá me amar sem condições se não ele?
Quem me contará histórias que me fazem crescer se não ele?
Quem lutará por mim se não ele?
Quem sonhará os meus sonhos se não ele?

Herdei seus olhos,
Herdei seu sorriso,
Herdei seu jeito de andar,
Herdei seu jeito de falar,
Herdei muito mais do que bens.

Pai é assim...
Às vezes briga,
Às vezes fala,
Às vezes grita,
Às vezes chora.

Enfim... suas palavras, ações e atitudes são tão marcantes na minha vida que eu seria capaz de vê-lo ao me olhar no espelho.

Foto: Arquivo de familia.