sexta-feira, 13 de novembro de 2015

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Desânimo



Vai embora! Não sei porquê me persegue com tanta crueldade.

Vai embora! Ontem você já me visitou e levou todas as minhas forças.

Vai embora! Preciso reagir às suas ciladas mas não sei por onde começar.

Vai embora! O seu gosto é amargo como o passar das horas vazias.

Vai embora! Quero minha rotina saudável de volta aos meus dias.

Vai embora! Meus amigos e minha família querem minha presença, mas você continua a me deixar prisioneiro.

Vai embora! Quero estudar, quero trabalhar, quero passear, mas não consigo reagir.

Livre um dia quero estar do desânimo.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

O gato



Ele rei soberano na casa. Em todos os cantos ele se achega e se esparrama. De tanto faturar tudo o que cai da mesa de jantar, está roliço e pesado. Na luz do sol ele brilha com seu pêlo dourado. Suas garras são afiadas e lixadas, na medida certa, pelos passeios no quintal.

Não tem passarinho que resista aos seus botes. Ratos nem perto chegam. A comida é sempre de boa marca, mas tem um dia ainda mais especial, em que a comida parece ter acabado de sair do forno. Molhadinha e cheirando à comida fresca. E por sorte ele não pertence a uma senhora rica, por isso não precisa ferir sua masculinidade com roupinhas e gravatinhas.

Mas um dia... alguém chegou. Era pequeno, era outro da sua espécie. Mas apesar de pequeno o outro da sua espécie parecia pronto para atacar. Era branco e magrelinho, mas não se importava quando comia da sua comida. Era hora de marcar território e mostrar quem mandava.

Mas não adiantou... o que menos esperava aconteceu. Tornaram-se amigos. Amigos de lambidas, de brincadeiras, de dividir a comida. Como irmãos.